Partilhas do meu mundo...

A Joana tem sete anos e anda no segundo ano de escolaridade. É uma aluna como as outras, numa das turmas mais difíceis que eu tenho. Quando está junto a outras colegas conversa com elas como todas as outras. Vive com a mãe, numa situação económica difícil. Há cerca de duas semanas apresentei o projecto "Corrida Solidária". Todos os alunos do agrupamento iriam correr no dia 21 de Março, para angariar fundos que apoiassem a construção de duas escolinhas comunitárias em Naamacha, Moçambique. O projecto era simples: as crianças deveriam pedir patrocínios para participar na corrida. O valor conseguido seria entregue à ONG Médicos do Mundo. Alguns dias depois, a Joana diz-me: "professor, a minha mãe diz que não vai poder contribuir". Sem grande surpresa, apressei-me a sossegá-la: "Não te preocupes, mesmo sem patrocínio vais participar na mesma. Os dias foram passando. Ontem, véspera da corrida, a aluna dirige-se a mim, juntamente com os colegas e entrega-me uma moe

Por norma gosto de ler jornais. Não tenho muito tempo, mas leio bastante, sobretudo jornais online. Porém, cada vez compro menos as versões em papel. A razão é simples: os preços pesam em orçamentos apertados e uma grande parte dos artigos não interessariam nem a Alberto Caeiro quando, guardando rebanhos, tivesse um desarranjo intestinal. Hoje, entre a entrega de filmes na DREC e o registo de um euromilhões (eu sei, os jornais são mais baratos que os 2€ deste jogo), adquiri o Courrier Internacional , porque me interessa o artigo sobre Devoção e Fé. Ao lado estava o Público com o seguinte título: Preços dos combustíveis descem mais devagar em Portugal do que em outros países . Imediatamente pensei: é falso. Este é mais um caso em que a imprensa não cumpre os seus objectivos informativos. Tudo porque nos últimos quinze dias a gasolina sem chumbo95 SUBIU 7 cêntimos por litro . Depois continuei a ler e verifiquei que o estudo se referia ao 2º semestre de 2006. Nada que nós não saibamos.

PUBLICO.PT : "Estratégia penaliza o consumo de gasolina Preços dos combustíveis descem mais devagar em Portugal do que em outros países 20.03.2007 - 08h01 Lurdes Ferreira No segundo semestre de 2006, o preço internacional da gasolina sem chumbo 95 desceu 33 por cento, em Portugal, 19 por cento. No mesmo período, o gasóleo baixou 23 por cento nos outros países e nove por cento no mercado português. Os valores são da Autoridade da Concorrência (AdC), calculados na sequência da divulgação, ontem, do último boletim trimestral sobre o mercado dos combustíveis, referente ao quarto trimestre de 2006. No terceiro trimestre do ano passado, os preços internacionais da gasolina e do gasóleo caíram 32 por cento e 13 por cento respectivamente, uma queda sobretudo ditada pelos valores de Setembro. Em comparação, os preços nacionais da gasolina caíram apenas 12,2 por cento e do gasóleo 1,2 por cento. Já na altura, a AdC alertava para o facto de o período de ajustamento dos preços nacionais aos

A vida de professor oferece-nos verdadeiras pérolas de sabedoria a martelo! Num misto de “cultura estudantil” com recusa sistemática em ouvir falar dos livros, os nossos queridos alunos oferecem-nos momentos de delírio inesquecível na sala de professores, onde trocamos belas prosas, quase poéticas, como se fossem cadernetas onde vamos juntando cromos… Estarão a estremecer psicólogos e pedagogos, como Eduardo Sá ou Daniel Sampaio, ao ler o que agora se segue. É verdade que me custa desapontá-los mas é verdade, nós, professores, também brincamos com os erros dos alunos. Trocamos entre nós esses erros e rimos deles, por vezes até dos alunos que os cometem. Seremos monstros. Claro! Que outro ser não riria ao ler num teste de História do 8º Ano a seguinte resposta: “O significado da Tomada da Bastilha foi entre 1814 e 1815 que foi cercada por três barcos cheios de chá que foram derrotados pela Tomada da Bastilha que foi iniciada em Viena e acabou em Viena.” ? Apenas uma monstruosidade horr

(*este post é um aparte à resposta apresentada no anterior, relativamente à tomada da Bastilha) Estou a imaginar a cena, digna de um filme: três barcos deixam o porto de Boston e dirigem-se para a Europa. Ao chegar a França começar a subir o rio Sena até Paris. E é aí que, após carregar os canhões com chá verde e preto, os comandantes dos navios ordenam a destruição total da Tomada da Bastilha. Esta, porém, está preparada! Começa a ripostar com chá de camomila que tinha comprado em Viena, vencendo os navios que seguem nas asas do sonho para essa mesma cidade. Sô dona Tomada da Bastilha muitos parabéns, foi uma excelente vitória. Muito táctica, mas muito bem planeada. Tenha cuidado se aparecer por aí um senhor Napoleão, que poderá muito bem trocá-la por uma Josefina e partir no seu conhecido cavalo branco, rumo ao pôr-do-sol do far west, acompanhado de Ramtamplan, após ter prendido os irmãos Metralha, numa viagem à Lua, conduzida pelos irmãos Dupont et Dupond…

Só ao corrigir exercícios de alunos é que me apercebo como, por vezes, coloco questões estúpidas. E, claro, para perguntas estúpidas, respostas estúpidas!!! Após o visionamento do documentário “Espelho Mágico”, dos Missionários Combonianos, passei um questionário aos alunos. O filme abordava as dificuldades das crianças em países da América Latina e de África. No meio das questões, a nona dizia o seguinte: “O que é preciso fazer para ir ao encontro dos outros?” Foi então que surgiu uma resposta à altura da questão: “IR AO PÉ DELES”. Nem mais...