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Mensagens

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Há alguns anos, no âmbito de um projeto internacional, uma colega dizia-me que não gostava de mudanças. Prezava muito a estabilidade. De algum modo, eu procurava contrapor lembrando que as mudanças são importantes para nos desafiarmos e para que não nos sintamos acomodados. O dia 13 de agosto (sexta-feira) ofereceu-me a oportunidade de provar que acredito nos argumentos que utilizava com outra pessoa e noutro contexto. Foi nesse dia que percebi que o meu local de trabalho passaria a ser outro a partir de 1 de setembro de 2021. Após 13 anos na EBI/JI Prof. Dr. Ferrer Correia (e 11 no Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo, na sequência do processo de fusão dos Agrupamentos), é chegada a hora de esvaziar o cacifo e entregar a chave-mestra... Lembro-me da primeira vez que entrei na escola, ainda durante o mês de agosto, levando comigo o Alexandre, então com 3 meses, ou o nascimento da Beatriz num período um pouco instável do Agrupamento. Lembro os diferentes projetos desenvolvidos, as

Encore un Marquis...

Talvez por 2006 ou 2007, o Grupo Folclórico e Etnográfico de Almagreira acolheu um grupo de Montmorillon (Poitiers - França), onde eu tinha estado em 2001/2002 e onde tinha aprendido uns passos das danças tradicionais da região do Poitou-Charentes. Nas poucas horas que passaram no nosso concelho, pretendemos oferecer uma panorâmica turistica, sobretudo da cidade de Pombal. Assim, conseguimos uma visita guiada pelo centro histórico. E eis que começou o meu grande desafio de tradução, para o qual eu não estava preparado (creio que ainda hoje não estaria). Após alguns minutos de visita, apercebi-me que apenas tínhamos para mostrar bustos e fotos do Marquês de Pombal em diferentes tamanhos e materiais. A certa altura, embaraçado, eu já só dizia "encore un Marquis", que não sendo de Sade, ameaçava tornar a visita um pouco sádica... Alguns anos mais tarde (3 ou 4 não estou certo), levei as minhas turmas de 7° Ano a Belmonte. O objetivo principal era o museu judaico mas,

Cidadania para tod@s

Após a publicação da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, a 15 de setembro de 2017, tenho participado em diversos fóruns de docentes a debater o tema. Em todos os contextos encontrei sempre unanimidade na pertinência do documento mas, simultaneamente, muitas dúvidas... Num desses encontros alguém fazia esta reflexão: "a Estratégia é Nacional, mas apenas é aplicada à Escola". Esta afirmação pode ser abordada por diferentes ângulos. Num deles, aquele que apresentei, poderemos defender que o ponto de partida terá que vir de algum lado e, nesse sentido, a Escola tem um papel fundamental no estabelecimento de parcerias e na concertação de esforços, para promover uma Estratégia Nacional que envolva todos os agentes da comunidade. Mas também não é menos verdade que necessitamos de políticas públicas que promovam e defendam a Cidadania em todos os seus Domínios. No mesmo sentido, a Escola e as organizações da sociedade civil (qualquer que seja o seu âmbito jurídico),

ADE-AED

O aproximar do ano letivo traz consigo a conclusão de alguns projetos que foram decorrendo desde setembro de 2017. É o caso do projeto eTwinning ”All differently Equal - All Equally Different”, no qual participaram alunos e professores do nosso agrupamento, de Itália, da Polónia e da Ucrânia, tendo como centro o respeito pela diversidade. Além de troca de correspondência e de encontros online, a parceria partilhou receitas típicas do país que foram, posteriormente, cozinhadas pelas famílias nos outros países. Tratou-se de mais um exemplo de grande sucesso, em que todos os participantes se envolveram com bastante interesse e disponibilidade, contribuindo para o conhecimento e respeito das diferenças. De referir que este projeto procurou, de algum modo, dar continuidade ao que foi galardoado com o prémio europeu eTwinning na categoria 4 - 11 anos.

Aeroporto? Discuta-se!

Em janeiro de 2014 aterrava pela segunda vez na Turquia. Desta vez tinha um dia para visitar aquela que passou a ser, para mim, uma das cidades mais apelativas entre as que já visitei: Istambul, onde tive a oportunidade de usufruir de uma longa escala de 20 horas. Na verdade, o aparelho que me levara de Paris até lá (não tinha conseguido voo direto), chegava após a saída do avião que me transportaria ao destino final: Merzifon, uma cidade do Norte da Turquia com cerca de 53000 habitantes, situada perto de 3 pontos turísticos importantes: Samsun, Havza e Amásia (na foto). Vivi nesses dias uma experiência diferente de tudo o resto. O avião (um Airbus de grande porte) ia completo. Até aqui nada de novo... Porém, o que aconteceu de seguida é que foi surpreendente. Devo confessar que não terei realizado os "trabalhos de casa" e não pesquisei nada sobre o aeroporto. Tirei bilhete e segui viagem... só depois de aterrar me apercebo que estava num espaço que mais parecia um

Coimbra 1996-2017 (1)

Vim para Coimbra em Outubro de 1996, para frequentar o curso de Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas. Nessa época, apenas conhecia os Hospitais onde, ciclicamente, vinha visitar algum familiar aí internado. O meu Bilhete de Identidade dizia que eu era natural de Coimbra ainda que fosse uma cidade quase desconhecida para mim. Os primeiros tempos foram de descoberta. Inicialmente na Sé Velha, posteriormente na Conchada e, mais tarde, na Rua Pe António Vieira. Como seria típico de alguém que viveu numa pequena aldeia durante 18 anos, esta cidade parecia muito grande e tudo parecia muito distante. Os percursos faziam-se todos a pé, fosse de dia, fosse de noite. Ao sábado de manhã dirigia-me à Estação de Coimbra para apanhar o comboio que me levaria de regresso para algumas horas em família. Até lá, passava pela baixa de Coimbra com um número impressionante de pessoas que por ali faziam compras ou passeavam a ver montras. Era o local mais cosmopolita da cidade. No final d

Turismo (In)Sustentável

Os bons resultados económicos do nosso país nos últimos anos devem-se, em grande medida, ao crescimento do turismo em Portugal. Desde que me lembro, sempre ouvi dizer que este seria um setor estratégico e que deveria ser uma aposta dos governos nacionais. Mas será que apostar no turismo se limita apenas a confiar no empreendedorismo tuga? Será que uns quantos cursos CEF e Profissionais de Turismo serão suficientes para conduzir um setor que se pretende estratégico? Quando em 2013 me desloquei pela primeira à Turquia (Antália, mais propriamente), encontrei alguns pormenores bastante curiosos. Se, por um lado, encontrei os mercados com as tradicionais bancas da especiarias e frutos secos, os vendedores de rua com sumo de laranja (Portakale) e romã feitos  a hora e os tradicionais tapetes (made in Turkey e não num qualquer país do extremo oriente), por outro lado encontrei "diversões" completamente descaracterizadas. Lembro-me especialmente de um barco de recreio com a imagem d